ELETIVA - Um Close na Beleza! Padrões de beleza levam adolescentes a fazer dieta sem necessidade.

Por Alessandra Pereira e Beto Gomes

Logo após a leitura do texto, temos uma atividade a ser desenvolvida pelos alunos.

“Eu morria de medo de engordar. Não tomava café da manhã e não almoçava. À noite, comia só um prato de salada. Fui internada por causa de uma anemia, mas fugi do hospital porque achava que iria ganhar peso com o soro.” A declaração é da estudante M. C. R., 16 anos, 1,65 m e hoje com 52 kg – medidas que estão longe de incluí-la em qualquer faixa de obesidade. O caso de M. tem suas particularidades. Mas situações de distorção de imagem como a vivida por ela são comuns na adolescência. Uma pesquisa da psicóloga da Unifesp Denise Belloto de Moraes mostrou que muitas adolescentes tem exagerado na busca do corpo perfeito. O estudo foi realizado com 138 meninos e 178 meninas entre 10 e 19 anos de um colégio particular de São Paulo. Cerca de 40% das garotas achavam-se gordas e faziam dieta. “Muitas meninas se impõem comportamentos de risco, na expectativa de serem amadas e aceitas socialmente”, analisa Denise. “Quanto maior a insatisfação, mais distorcida é a imagem do próprio corpo.” A psicóloga verificou que, na verdade, apenas 12% do total de garotas avaliadas estavam com peso acima do considerado ideal, o que indica que pelo menos 28% faziam regime sem necessidade. Na busca por um padrão de estética qe julgam ser o ideal, as adolescentes se submetem a regimes severos, que podem trazer uma série de problemas. “Na adolescência, as dietas sem indicação medica podem causar a carência de nutrientes como ferro e cálcio, retardar o crescimento e afetar o ciclo menstrual”, afirma o pediatra Fábio Ancona Lopez, orientador da pesquisa. Foi o que aconteceu com a estudante M. R. Na época em que teve de ser internada, ela estava pesando 40 g. Desmaiava frequentemente, mas nem os alertas do corpo serviam para que mudasse sua rotina alimentar. “Me sentia fraca, com os olhos fundos, mas tinha medo de ficar sozinha”, lembra. Esses hábitos começaram depois que sua mãe faleceu, no final do ano passado, e fizeram parte do cotidiano dela durante os cinco meses seguintes. Abalada com a perda, M. tentou suprir sua carência afetiva com o apoio dos amigos. Para ser aceita pelo grupo, achava que não poderia ganhar peso. “Acreditava que as pessoas não iriam se aproximar de mim se eu ficasse gorda”, conta ela. A solução só veio com a ajuda de uma psicóloga, amiga da família. Seis sessões bastaram para que M. se desse conta de que precisava mudar. Passou a alimentar-se regularmente. E hoje come de tudo. “Me sinto melhor e mais valorizada. Mas ainda acho que estou um pouco gordinha”, exagera.


Padrão estético – A distorção da imagem que as adolescentes costumam fazer do próprio corpo, segundo Denise Belloto, ocorre por dois motivos principais. Nessa fase, a produção hormonal está a pleno vapor e as transformações são percebidas facilmente. No caso da mulher, as mudanças mais nítidas são o crescimento dos seios e da região glútea. Além disso, existe uma forte pressão sociocultural por um padrão estético feminino que valoriza as formas mais esguias. “As mulheres são as mais pressionadas. Basta olhar as revistas voltadas para o público adolescente. A maioria aborda a beleza feminina, com dicas de saúde questionáveis e modelos magérrimas estampadas na capa”, comenta a psicóloga. A realidade do universo masculino é diferente. A pesquisadora observou que a relação entre a imagem que os garotos avaliados tinham do próprio corpo e os números registrados pela balança era inversa: 24% apresentavam sobrepeso ou obesidade, e 17% se submetiam a regimes. “Os garotos têm uma relação mais saudável e de menos culpa com o alimento. Eles conseguem ser aceitos socialmente com outras habilidades, como a prática de esportes e o sucesso profissional”, analisa a psicóloga. Além disso, Denise destaca a diferença entre o crescimento biológico do homem e da mulher na adolescência. “Enquanto ela ganha mais tecido adiposo com os seios e as nádegas, o homem tem uma tendência maior para desenvolver a parte muscular”, explica.


Espaço aberto – Para aliviar a preocupação das meninas com o ganho de peso nessa fase, Denise Belloto sugere a criação de planos e programas preventivos dentro dos colégios. [...] “Esse é um problema sério, que atinge boa parte das adolescentes. Por isso, é importante conscientizá-las dos prejuízos que uma dieta inadequada pode gerar. Não basta investir apenas em programas de reeducação alimentar.”


Jornal da Paulista. Publicação da Escola Paulista de Medicina. Set. 2001, ano 14. n. 159.

Fonte: Linguagem Nova. Faraco & Moura. Editora Ática. 8ª série. p. 204-8.



OBS.: LEIA O TEXTO COM ATENÇÃO, NO FINAL TEM ALGUMAS QUESTÕES QUE VOCÊ PRECISA RESPONDER.

SUAS RESPOSTAS DEVEM SER ENVIADAS NA FORMA DE COMENTÁRIO NA POSTAGEM. PARA ISSO, COLOQUE SEU NOME, TURMA E AS PERGUNTAS COM AS RESPOSTAS, E ENVIE. QUALQUER DÚVIDA CHAME NO ZAP.


Entendendo o texto:


01 – Qual o assunto do texto lido?

      


02 – O primeiro parágrafo do texto é narrativo. Qual é a função desse parágrafo no conjunto do texto?

     


03 – “Eu morria de medo de engordar.” Que figura de estilo ocorre nessa passagem?

   


04 – “... fugi do hospital porque achava que iria ganhar peso com o soro”. Identifique causa e consequência, nesse período.

      


05 – Veja como se identifica o índice de massa corpórea (IMC) de uma pessoa: IMC = peso (kg)/                                altura² (m)

       

O resultado desse cálculo enquadra os indivíduos nestas categorias:

IMC (kg/m²)   -   Classificação        

< 20        Abaixo do peso.                                

20 – 25     Saudável.                                  

30 – 40     Obeso.                                  

> 40        Obesidade mórbida.                           

PRADO, F. C. do. RAMOS, Jairo. VALLE, J. R. do. Atualização terapêutica; manual prático de diagnóstico e tratamento. 19 ed. Porto Alegre, Artes Médicas, 1999. (Adaptado).


Agora, reveja as medidas da estudante M.:


         Altura: 1,65 m. Peso: 52 kg.


A que conclusão você chega?

      


06 – O que significa a expressão “distorção da imagem”?



07 – “O caso de M. tem suas particularidades”. Uma dessas particularidades é revelada no texto. Qual?

      


08 – Segundo o texto, qual seria o motivo que leva muitas adolescentes a cometer exageros na busca do corpo perfeito?

      


09 – “Quanto maior a insatisfação, mais distorcida é a imagem do próprio corpo”. Que relação se estabeleceu entre as duas orações do período?

      


10 – Os resultados da pesquisa efetuada pela psicóloga mostram que meninas e meninos adolescentes relacionam-se de forma diversa com a imagem do próprio corpo. A pesquisa aponta uma causa biológica e uma sociocultural responsáveis por essa diferença entre o universo masculino e p feminino. Identifique-as.

      


11 – “Basta olhar as revistas voltadas para o público adolescente. A maioria aborda a beleza feminina, com dicas de saúde questionáveis e modelos magérrimas estampadas na capa”, comenta a psicóloga.” Sua experiência com esse tipo de revista – ou a d garotas que você conhece – confirma a observação da pesquisadora? Você já fez algum tipo de regime baseado em indicações de revistas? Em caso de resposta afirmativa, conte como foi.

      


12 – “Não tomava café da manhã e não almoçava”. Reescreva o período, sem alterar-lhe o sentido, substituindo a expressão destacada por uma única palavra de sentido equivalente.

     


13 – “... pelo menos 28% faziam regime sem necessidade.” Substitua a expressão destacada por uma única palavra que exerça a função de adjunto adverbial de modo.

Poste um comentário

Gratos por sua participação.

Postagem Anterior Próxima Postagem